“Em verdade temos medo.
As existências são poucas;
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
(…)
O medo, com sua capa,
Nos dissimula e nos berça.”
(Drummond, Carlos – Extraído do Livro A Rosa do Povo)
Sim, como nos diz o poeta Carlos Drummond, sentimos medo, o medo nos invade, nos toma, nos freia em alguns momentos. Mas este medo de que aqui falamos é uma reação normal em nosso existir frente à situações de perigo. Através do medo nos resguardamos. Podemos concluir com isso que o medo nos ajuda? Sim, ante um perigo real, ele contribui para que consigamos, inclusive sobreviver.
No entanto há momentos em que o medo deixa de ser positivo, quando ele nos “berça”, nos paralisa frente à incerteza de alguma situação que, objetivamente, não representa perigo.
A isso chamamos fobia, uma ampliação do medo em que a pessoa passa a ter comportamentos de fuga diante uma situação que vê como perigosa, mas que objetivamente não é, como por exemplo, quando tem medo de cachorro e deixa de sair de casa, pois pode encontrar um cachorro na rua que pode mordê-la. É possível neste caso perceber que a vida social será severamente bloqueada por um medo intenso de algo que não necessariamente representa perigo.
O medo intenso, fobia, pode levar a um elevado nível de stress e ansiedade, provocando reações automáticas no comportamento, restringindo as possibilidades daquele que passa por esta situação.
O que chamamos de Ataque de Pânico ou Crise de Pânico, é o que ocorre com a ampliação da ansiedade e do stress, que não necessariamente tem a ver com o medo inicial.
Em uma crise de Pânico, é comum a pessoa sentir reações no corpo como falta de ar, dores nas pernas e braços, palpitação, taquicardia, dores no peito. Isso ocorre devido à uma grande liberação de “adrenalina” frente a alguma situação. É como no momento em que ocorre, ela não perceber exatamente o que está acontecendo, sobretudo na primeira vez.
Como evitar?
É importante perceber que nosso corpo e as pessoas que estão a nossa volta, servem como um espelho para o nosso estado geral. Quando estamos em um nível de stress e ansiedade, eles nos apontam, nos mostram o que está acontecendo. A fadiga corporal e mental gerada por stress e ansiedade no trabalho, frente a situações cotidianas, nos aponta para uma necessidade de tentar outro modo, desacelerar o ritmo por alguns dias, praticar atividades físicas, passeios, até evitar situações que tragam stress momentâneo como, por exemplo, enfrentar os medos.
Tratamento
Ao primeiro sinal é importante procurar um profissional para avaliação e tratamento. Normalmente o tratamento, sobretudo quando há pânico, o tratamento é realizado por medicamento e psicoterapia.